De palavra em palavra

Nunca vi a escuridão apagar uma luz. Nunca vi uma luz, por mais fraca que fosse, não expulsar a escuridão do local onde brilhou! Apenas um ponto de luz e lá se vai toda escuridão... 

O sorriso do ancião Naquele sorriso, contemplei a felicidade pela simplicidade. Pelo simples ato de um bom dia, mesmo com o rosto cansado, com um sorriso largo, aquele ancião me retribuiu. E, em meu subconsciente, o rosto do meu pai devo ter visto surgir, porque quando senti em minha direção aquele sorriso partir, foi como se meu pai me abraçasse e ainda estivesse bem perto de mim, bem aqui.

Para quando eu me sentir só. E, ao me sentir só, me vi dizendo a mim mesmo que tudo passaria, que o amanhã seria um dia melhor. Então percebi que sempre tive alguém, alguém que sempre esteve comigo, que sempre estará. Eu, o meu eu. Esse meu eu sempre me entenderá, sempre saberá minhas razões, meus anseios, meus medos. Esse meu eu me julgará, mas também me dará o perdão mais sincero, pois, mesmo sabendo de tudo, ainda me perdoará. Esse meu eu sempre acreditará em mim. Mesmo quando eu perder a fé, ele cairá comigo, mas sempre torcerá para eu me levantar. E por tudo isso, por que eu não haveria de me amar? Que eu me ame mais. Que nos amemos mais. No final, será só eu comigo mesmo, e de mim eu nunca poderei fugir. Comigo estive, comigo sempre estarei. Mesmo que isso não baste, já é bastante coisa. Isso deveria ser o bastante, mas nem sempre é... Mesmo nos sonhos eu nunca me abandonei, e junto de mim sempre estarei, pela eternidade. 

Em tua ausência, me sinto como quando olho o céu, vejo a lua, vejo os planetas, contemplo constelações, mas uma estrela já não está naquele canto. Vejo os jardins, sinto o perfume dos jasmins, mas aquela florzinha parece que sumiu, e seu cheiro e seu brilho já não chegam a mim. E, quando contemplo o oceano imaginando tantos cardumes, é como se faltasse um único peixinho. Nesse planeta de bilhões de pessoas, às vezes sinto a falta de um único alguém. Quem seria? Nesse momento, fico pensando, de que adianta poder ouvir todas as músicas e ser privado de escutar a nona sinfonia? Será que essa sensação vai passar algum dia? Quem dirá? Quem diria... 

Quando tento disfarçar, já não consigo. Quando tento me calar, eu sempre digo. Quando tento esquecer, eu sempre lembro. Fracasso em tentar me conter, e acabo sempre em pensamentos que me levam até você. Me faço estrofes, me derramo em rimas. Mesmo quando os lábios cerram, as palavras se libertam em poesia, revelando a você coisas que, em minha alma, eu escondia. E assim, a poesia, que era aliada, virou ponto fraco. Com transparência cristalina, desnudou minha alma, minha mente e o meu coração. Me impediu de conter o brilho dos sentimentos, dos pensamentos, daquela emoção. 

Quando vejo uma flor, ainda lembro de ti. Quando vejo o sol nascer, ainda penso em você. Quando vou dormir, ainda te incluo nas orações. E, quando percebo que vieste aqui, ainda palpita o coração. Quando, ao entardecer, na hora de pra casa voltar, de alguém ainda vou lembrar. E quando, na esquina daquela praça, devo virar, os meus pensamentos não consigo desviar. Quando me pego a te imaginar, e, com bastante frequência, ainda me surpreendo a te lembrar, não há uma única vez que algo positivo eu não venha a te desejar. Espero que estejas bem. Espero que continue sempre bem. E que coisas boas e momentos felizes possam sempre te acompanhar. 

Ei... mesmo que me perguntem, não admitirei que todos os dias venho aqui só para saber se você também vem. E também mentirei, dizendo que não mais preenche quase todos os meus pensamentos. Já não me preocupo mais contigo. Já não acho tão lindo seu sorriso. Já nem lembro tanto de você. Essas mentiras guardarei para mim, pois ninguém precisa saber o quanto o tempo tem demorado em aliviar tudo que se sente... Tudo que sinto... por v... 

E hoje, escreverei apenas para escrever, escreverei para mim, escreverei para quem estiver a fim de ler. Agora, escrevo porque não tenho nada a fazer. Mas saiba que ainda lembro, que ainda penso em você. E mesmo que aqui não mais venhas, ainda continuarei a escrever. E, a cada dia, voltarei e tudo o que escrevi voltarei a reler. Até que um dia já não me importe se venhas ou não ver o que possa ter escrito ao lembrar de você. E, mesmo que quando esse dia chegar, continuarei a escrever, quem sabe, lembrando da época que vinhas quase sempre aqui ver alguma coisa que eu tinha escrito para você. 

Quando mais nada te comento, quando não mais te falo, meu silêncio grita. Já não sinto tanta dor, parece que o frio me adormeceu. O tempo passou, nada mudou. Chegou a primavera, nas flores ainda te vejo. E os pensamentos e lembranças ainda me acompanham. Aquela saudade ainda vem, uma saudade doce, o gosto agridoce das emoções ainda está no coração. Mas o vazio da solidão já não parece um vilão. Tem umas coisas que não mudam: minha admiração, minha gratidão por te conhecer, por tua amizade, por tua consideração, por tua paciência. Por tudo! Por tudo isso, te adoro de montão! 

O Amor Transcende o Tempo Ah, o tempo, ao mesmo tempo ele será provação e testemunho de que algumas coisas não passam com ele. Algumas coisas, com o tempo, se modificam, amadurecem, até se fortalecem. Algumas coisas podem até ser eternas, mas isso, só o tempo dirá. Dizem que os diamantes são eternos, mas sobre o amor, só o amor, ao tempo e à matéria, transcenderá, com seu brilho próprio, sempre brilhará. Dizem ainda que o amor conecta almas gêmeas pelas diversas existências e realidades. É que para o amor não existe nem distância, espaço ou tempo. Parece que para o amor só existe o sentimento. Dizem que o amor não é egoísta, mas expansivo. Dizem que o amor aceita, perdoa, acolhe e entende. Porque para ele não existe o tempo, então o amor é paciente, ele espera, pois tudo será ao seu tempo. Parece que o amor é tanta coisa, e tanta coisa boa, que eu poderia ficar aqui à toa pela eternidade, sem me preocupar com o tempo, só falando o que seria, o que dizem, o que é o amor. E, mesmo assim,...

Hoje amei, além do que poderia imaginar. Amei o meu despertar, apesar de que nesse momento já comecei a lembrar. Amei ver o sol nascer, com a promessa de novo dia, de mais um dia para se viver. E vivi, um pouquinho. Pensei, te lembrei... Amei ver o sol se pôr, ver a lua nascer, no céu subir e pude perceber o seu brilho se intensificar. Amei tudo isso, amei por ela me fazer lembrar e, quase todas as lembranças, ela me fez repassar. Amei escrever sobre amar, amo mesmo não sabendo exatamente o que significa verdadeiramente amar. Amo, amo até a dor trazida pelo amor amor a saudade porque ela é a prova de que se amou, pois só sente saudade quem amou de verdade! 

Porque tocaste minha alma? Porque em sua presença minha mente se acalma? Porque justamente você? Porque nada disso eu sei responder? Porque penetrou em meu coração? E por qual motivo pareceu ser tão fácil chegar, mas de lá, parece que não consigo te tirar? Ah, quantos porquês? Quantas razões? Por quanto tempo? Tem coisas que não precisam de motivo. Apenas são. E, pelo fato de apenas serem, aceitarei e assim seguirei. Seguirei, mas jamais, jamais esquecerei. 

Tento te esquecer, mas ela insiste em lembrar. Olho para ela e meu pensamento vai até você. Será que quando a olhas, teu pensamento também vem me buscar? Ah, isso já não devo, não posso fantasiar. Por enquanto, só posso dizer que quando olho para a lua, não consigo evitar... Evitar de lembrar! 

Queria... conseguir me preencher com o consumismo. Queria poder suprir meu vazio apenas com o materialismo. Queria sentir felicidade apenas no ter, no possuir. Como eu queria não sentir. Como eu queria não querer. Porque se quero, é porque desejo. Mas o desejo não é de ter, é de poder estar... estar perto, estar junto, estar presente. Sentir presente até na ausência. E na ausência sinto saudade E a saudade é a medida do quanto se amou. No peso da saudade o preço de se amar.  

Hoje te olhei e admirei seu brilho. Hoje te olhei e me lembrei das diversas vezes que já te contemplei. Quando te olho, fico também a pensar: quantos também te direcionam o mesmo olhar? Quantos, da mesma forma, te olham e ficam a imaginar? Ah, como és bela! Como és linda! Ó, lua cheia, como embelezas essa noite de luar. Amiga lua, quando te vejo, faz-me lembrar de um certo rosto, com belos olhos e um sorriso que tem o brilho que se assemelha ao seu brilho de luar. 

 🐝🥰💜 Se ainda vier aqui hoje, passei antes só para desejar uma boa noite e mais um montão de coisas positivas que consiga imaginar 🙃

Enquanto o sol insistir em nascer e se pôr todos os dias, ainda existirá poesia. E quando a lua despontar no nascente, trazendo lembranças jamais esquecidas, nesse momento, dificilmente não haverá poesia. E enquanto houver primavera e as flores insistirem em desabrochar, e as abelhas, em seu voo frenético estiverem a polinizar, alguém, observando, lembrará... e, dificilmente, não fará uma poesia. E enquanto existir uma lembrança de um momento, um abraço, uma conversa, uma risada, um sorriso, um olhar, muitas poesias, de poucas ou muitas palavras, insistirão em brotar. E em cada verso, em cada estrofe, uma inspiração lá estará. 

A lua hoje se entristeceu, quando, deitado em um banco na praia, a contemplei. Porque, por mais bela que seja, ela percebeu que o brilho do olhar de alguém é mais lindo do que o brilho do luar. E as nuvens, vindo em seu auxílio, a encobriram, para que eu não a visse chorar. E o sol, com seu brilho dourado de entardecer, não perdoou. Como que se vingando pela tristeza da amiga lua, por saber todos os meus pontos fracos, por saber que lembranças e pensamentos desperta, me fez me emocionar e, no canto do olho, quase uma lágrima fez rolar. Mal sabia ele que a lágrima era de alegria, por tanta beleza, tanta emoção poder experimentar. Mas que bateu uma lembrança, uma saudade... sim, bateu. Mais isso, ele nunca vai saber. 

Na vida, as coisas mais efêmeras, as mais passageiras, são as que parecem ganhar maior relevância e significado. Cada momento, por mais breve que seja, acaba sendo eternizado. E assim, aqueles segundos, aqueles minutos, que a memória não deixa esquecer, vão se prolongar e, como loop infinito, jamais vão se acabar. O bom disso tudo? No dia em que bater uma pontinha de saudade, irei lá, naquele arquivo, e nele estará: o mais belo sorriso, a voz mais suave, a paixão mais proibida e a mais linda amizade. Eita... e todo dia é dia de saudade.