Alguns amores nunca foram,
não tiveram tempo nem de começar.
Mas exatamente por isso,
continuarão para sempre sendo...

Sendo o desejo que arde
pelo nunca realizado,
sendo o pensamento que fantasia
pelo que poderia ter sido.
Sendo a imaginação
das palavras nunca ditas,
mas sempre sentidas.

Pelo desejo reprimido,
pela lágrima que não rolou,
pelo lábio que nunca se tocou,
pelo beijo que só aconteceu
nos sonhos.
Por tudo mais
que se poderia, algum dia,
chamar de amor.

Mas como se morar
em uma casa que já tem inquilino?
Como fazer crescer
a semente que caiu
no solo fora de estação?

E como dizer
tudo isso ao coração
que só entende a linguagem
dos sentimentos e insiste em
não dar ouvidos
aos desígnios da razão?


Inspirado na postagem abaixo:

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