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Mostrando postagens de novembro, 2025
Se eu fosse um dia, já passaria do meio-dia. Mas não lamentaria a manhã, ainda tenho toda uma tarde. E quando o sol se pôr, na plenitude do dia, descansarei. 
Adoro o brilho do sol, mas amo também os pingos da chuva. Amo a carícia do vento em meu rosto e a terra molhada sob os pés. Há beleza em todas as coisas — e cabem todas em meu peito.
Enfeitiçada pelos ventos, a árvore pôs-se a dançar. Feliz com o balanço dos galhos, nem percebeu que o vento, sorrateiro, levou as melhores flores. 
Sou pó de estrelas, poeira do céu que um dia caiu na Terra, prisioneiro desse campo gravitacional. Por isso, quando vejo o céu estrelado, o que parece admiração é, na realidade, saudade. E noite após noite, não me canso de olhar para o céu procurando o caminho para voltar. 
Me encanto com a lua cheia? Sim — com seu brilho emprestado enfeita algumas noites e inspira corações apaixonados. Mas adoro as estrelas: pequenas, discretas, de luz própria e constante — são elas que me cativaram. Todas as noites estão lá, silenciosas, cintilando, como se me esperassem sem nada cobrar. 
Na lembrança dos que já foram revisito o que fui, e vem a dúvida do que serei. Quando eu me for e aqueles que me amaram também forem, já nem lembranças serei. Resta-me, então, apenas o agora — a gratidão por esse instante, pois o ontem já foi e o amanhã escapa sempre na borda do tempo.